01 - Preparar.. Apontar.. Fogo!!
X
01 - Preparar.. Apontar.. Fogo!!
Então agora você fala de diálogo
que é na conversa que a coisa se resolve
Mas saiba que o que você faz a esse mundo
chega o dia em que esse mundo te devolve
Você até pode achar um tanto extremo
mas é assim que funciona o jogo
são três palavras que se aplicam ao seu caso
Preparar... apontar... FOGO!!
Não pense que alguém aqui sinta orgulho disso
Antes me dessem o dom do perdão
Se eu soubesse oferecer a outra face
Ou até, quem sabe, estender a mão
Tivera eu nascido com a paciência
de esperar que Deus te devolvesse em dobro
Mas três palavras agilizam o processo
Preparar... apontar... FOGO!!
E todos sabem que o sobe um dia desce
mas poucos casos são os que passam do chão
Eu só conheço dois tipos de vacilo
Aqueles que têm, e os que não têm perdão
E você acha tudo isso uma injustiça
o que eu considero um tanto quanto duvidoso
Mas três palavras encerram a discussão
Preparar... apontar... FOGO!!
02 - Balada dos Mortos
X
02 - Balada dos Mortos
Me perdoem os enforcados
E os que viram a guilhotina baixar
Mas quem chega aqui com garganta
Não há de deixá-la secar
E aquela vida que temia
O dia de retornar ao pó
Agora entende porque dizem
Que se "vai desta pra uma melhor"!
Ninguém aqui precisa
Acordar vivo amanhã
Sem armas, doenças ou guerras
Que triste seria estar
Em pleno dia dos mortos
Sem ter a quem brindar
E ninguém aqui precisa
Acordar vivo amanhã
Me perdoem os enforcados
E os que viram a guilhotina baixar
Mas quem chega aqui com garganta
Não há de deixá-la secar
Ninguém aqui precisa
Acordar vivo amanhã
Me escalaram pra ser santo
Mesmo eu não fazendo jus
Eu disse: "não, obrigado"
Já carrego a minha própria cruz
03 - Rússia Reversa
X
03 - Rússia Reversa
Rússia reversa, o topo do abismo
O berço do capitalismo
Brancas bandeiras, pombos e paz,
E o sorriso de carlos marx
Vladislau é bolchevique
Boris é um menchevique
Mas foram vistos juntos
No circo stankowich
Começou no potemkin
Até que tomou berlim
Mas deram veneno
Ao camarada rasputin
Seus direitos são de esquerda
Não do jeito de um espelho
O tomate é verde
E o exército é vermelho
Cortina de ferro aberta
No sol de quatro graus
Um copo de vodka segue
A mão do czar nicolau
Escondam de kalashnikov
Seus coquetéis molotov
Um bom filho soviete
Usa ak-47
Odeen, dva, tree, cheteeri!
04 - Meu Pequeno Demônio
X
04 - Meu Pequeno Demônio
Meu pequeno demônio
Faz tanta coisa pra eu desfazer
Não quero nem pensar
Em quando você crescer
Sei que não é por mal
Muito menos por bem
É só que simpatia e boas maneiras
Ele não contém
Mas às vezes eu o levo
Para passear, dar uma volta
Mas depois quando eu peço pra soltar minha corrente
Ele nunca solta
Meu pequeno demônio
Já fala até latim
E quando me dou conta
Ele falou por mim
Eu já nem sei quando nossa sociedade
Teve inauguração
Só sei que eu já não fiz
Primeira comunhão
Sempre procurando saber
Como se faz do pior modo possível
Só pra depois sussurrar
Dentro do meu ouvido
Eu nunca vi o seu rosto
Nas vezes em que ele sai
Mas quem já viu me garantiu que
Hmmm ele é a cara do pai
Meu pequeno demônio
Inseparável companheiro eterno
E assim, lado a lado,
Caminhamos para o inferno
06 - Hungarian Dance nº 05
X
06 - Hungarian Dance nº 05
Instrumental
07 - As Ovelhas são Iguais
X
07 - As Ovelhas são Iguais
Qualquer um era um cara como outro qualquer
Não era nenhum beatle, lao tsé ou voltaire
Mas nele havia algo fora do comum
Uma vergonha, uma vergonha, seu nome era qualquer um!
Oh pobre qualquer um
Um nome tão incomum!
Mas agora não há nada o que se possa fazer
Até você mudar de rg
Qualquer um toda manhã sai para o seu trabalho
E ao chegar qualquer um gosta de um café com cigarro
Qualquer um escuta quieto o seu chefe falar
E espera sexta feira chegar
Oh pobre qualquer um
Um nome tão incomum!
Mas agora não há nada o que se possa fazer
Até você mudar de rg
Qualquer um às seis e meia está preso entre os carros
E ao chegar em casa, outro café com cigarro
Qualquer um todo domingo recebe os jornais
E lê que agora as ovelhas são iguais!
Oh pobre qualquer um
Um nome tão incomum!
Mas agora não há nada o que se possa fazer
Até você mudar de rg
08 - Banquete
X
08 - Banquete
Misture bem na massa
Três doses de cachaça
Seus medos e temores
Desafetos, amores
Acrescente sua dor
Sete taças de licor
Um grão de perdão
Farelo de pão
Pimenta, limão
E uma pitada mínima de razão
Abra dois vinhos nobres
E não deixe que sobre
Linho e centeio
Um porco inteiro
Ao ver surgir no céu
A estrela da manhã
Deixe escorrer o mel
Prove uma maçã
Deixe assar até meia noite
Monte uma mesa elegante
Adicione minha cabeça à ceia
Ao brilho da lua cheia
09 - Oh! Garrafa
X
09 - Oh! Garrafa
Serviste os míseros, os justos e os nobres
O juíz, o carrasco, a vítima e o réu
Também o bom, o mal, o forte e o fraco
Serviste caim, serviste abel
E o alanco que deste à oratória
Sem receber a mínima menção
E até as cartas dos marujos naufragados
Carregaste pela arrebentação
Agora como ousa um covarde ingrato
Arrancar-te de tua nobre função
Teria ocorrido ao juízo
Do infame que atreveu-se a lhe impunhar
Da glória de sua notória história
Ao reduzir-te à arma em uma briga de bar
Estraçalhando-te na cabeça alheia
Por vão motivo que não vale assinalar
Esquecendo que o que corre-lhe na veia
Sem ti jamais poderia circular
Antecipando assim a melancolia
Que cedo ou tarde sentaria em nossa mesa
Pois o que dói mais do que vê-la vazia
É ver estraçalhada sua natureza
10 - Canção Fantasma
X
10 - Canção Fantasma
Uma canção fantasma
Sussurrando ao luar
Uma canção fantasma
Larara, rararará
Improvável, intocável
Ecoando pelo ar
Inaudível, invisível
Como um sopro a lhe tocar
Sem qualquer ruído
Bem ao pé do ouvido
Uma canção fantasma
Sem ninguém para cantar
Uma canção fantasma
Vinda de nenhum lugar
Impensável, inegável
Como a névoa esfria o ar
Impassível, impossível
No silêncio a tocar
Sem qualquer ruído
Bem ao pé do ouvido
11 - Pablo Delapaz
X
11 - Pablo Delapaz
Já dizia pablo delapaz:
"Ay ay ay ay ay ay ay
Yo no creo en los jornais
Pero que los hay, los hay!"
12 - Tão Mal
X
12 - Tão Mal
Não foram as vezes que minha barca afundou
Nem quando a banca me quebrou
Meus camaradas que se foram um a um
Não sem antes envenenar o meu rum
Mas então o que diabos nesse mundo
Me deixou tão mal?
Não foram as noites em que eu passei em cana
Nem quando eu bebi por três semanas
Não foi a soma dos cigarros que fumei
Nem de todos os tapas que levei
Mas então o que diabos nesse mundo
Me deixou tão mal?
Não foi quando encostei na mesa da roleta
E só me lembro de acordar na sarjeta
Não, não foi quando eu perdi tudo no jogo
Nem quando me apontaram, prepararam e fogo!
Mas então o que diabos nesse mundo
Me deixou tão mal?