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A Confraria da Costa participa da trilha da peça Habituê, em cartaz no Mini-Guaíra. Texto original: 


Vozes Mentais Perturbadas 


O estudo sistemático da realidade levou o dramaturgo Alexandre França, 29 anos, a criar o texto de Habituê, montagem que estreia hoje e segue em cartaz até 26 de setembro no Mini-Guaíra. 


Por quatro anos, o autor frequentou bares quase todas as noites e armazenou matéria-prima para o texto. Habituê coloca em cena um personagem sem nome, interpretado por Otávio Linhares, que enfrenta uma crise e dialoga com a própria consciência, vivida pela atriz Maia Piva. 


França está satisfeito com os resultados da proposta que, como ele mesmo diz, é diferente de tudo o que fez em suas quatro peças anteriores. “A guinada não é aleatória. Diz respeito a minha passagem pelo Núcleo de Dramaturgia do Sesi-PR”, diz. 


Para justificar, o dramaturgo lembra que o mesmo texto foi encenado, há dois anos, no Teatro Lala Schneider, com direção de Marino Jr. Na ocasião, a peça se intitulava Habitués e havia dois personagens masculinos, interpretados por Jader Alves e Wellington. 


Durante estudos recentes, França se deu conta de que o segundo personagem era a consciência do protagonista. “Então, surgiu a ideia de convidar uma atriz para interpretar essa voz”, comenta. 


França elogia a atuação de Maria Piva, que faz quatro vozes em tons variados e representam “as nuances do mundo interior do protagonista”. 


O fato de o público ouvir, durante a montagem, a canção “Confidencial”, da banda Confraria da Costa, não é por acaso. A letra diz respeito a um sujeito que abandona tudo e está sem rumo, mesma situação na qual se encontra o protagonista de Habituê. 


Serviço: Habituê. Mini-Guaíra (R. Amintas de Barros, s/n.º), (41) 3315-0979. Texto e direção de Alexandre França. Com Otávio Linhares e Maia Piva. Quinta a sábado, às 21 horas; e domingo, às 19 horas. Ingressos a R$ 20. Até 26 de setembro.