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Não é segredo que o LEVANTE curitibano é inspirado livremente no conceito presente no livro TAZ (Zona Autônoma Temporária), de Hakim Bey. Um dos aspectos abordados pelo autor é a desmistificação da revolução, visto que ela age contra um grupo opressor visando estabelecer no poder outro de mesma natureza. Outro é a atualização do conceito do levante, antes entendido como uma revolução que fracassou. 


O levante funciona de forma guerrilheira. Ataques furtivos, temporários, visando o não reconhecimento de suas forças. Concentrando os esforços em ações pontuais, o que se pretende é potencializar a consciência, criar um fato que batalhe através das mentes – ou seja: não agindo apenas através da opressão física. 


Pensando sobre isso, e é claro, levando em consideração as devidas proporções, pode se entender a tática do LEVANTE de música curitibana. Retomando as atividades após mais de um mês, hoje (domingo) a partir das 15h a Casinha está aberta para mais um LEVANTE. Os shows ficam por conta de duas bandas que vão ao encontro da essência do movimento: Confraria da Costa & Universo em Verso Livre. 


21/08/11 - Levante Curitibano Confraria da Costa é uma banda de música pirata, que funda o estilo através do imaginário composto pelas histórias, lendas, mitos e impressões deixadas por esses cancioneiros dos mares. Falar que esse ou aquele estilo ou artista influenciou a banda parece não ser a rota certa para abocanhar o tesouro. Ivan Halfon diz onde tudo começou, aliás, depoimento digno de um pirata: 


“Eu fui preso numa ilha. A cela ficava a beira mar, andando 15 metros se chegava na água. Preso lá eu ficava pensando: “Que merda! Caímos aqui e estamos presos... Que cagada.”. E ficava ouvindo o mar e pensando que pessoas morriam no mar. Cheguei a conclusão de que os caras que ficavam presos na época dos piratas não estavam tão mal assim. Então criei a música “Coisas piores acontecem no mar” – estou aqui na merda mas coisas piores acontece ali. Começamos a curtir a idéia do som pirata e fomos misturando as músicas aos covers. Lá pelas tantas decidimos fazer só esse tipo de som e mudamos o nome da banda.” 


Antes a banda se chamava Gato Preto, nome que Ivan achava muito genérico. Depois de uma, duas, três composições inspiradas nestes saqueadores, uma nova identidade se fez necessária. Acompanhando uma nova formação, a banda trocou de nome e no começo do ano passado lançou disco que pode ser baixado sem concessões.