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Diferentemente de outros grandes festivais que pipocam nomes clássicos e internacionais pelo país, no Psicodália, bandas novas retomam a paixão em cantar e performar o bom e velho rock’n’roll. O termo Woodstock brasileiro, muito usado para definir o evento, parece vir justamente dessa originalidade e entrega no palco. 
Em um primeiro momento, a alcunha parece trazer um aspecto saudosista e de continuísmo do movimento hippie, mas o festival prova a cada edição que sabe olhar pra trás sem deixar de abraçar o presente e de apresentar corajosamente movimentos musicais encabeçados por artistas novos e independentes. 


O saudosismo está, sim, presente em apresentações de bandas clássicas do auge do flower power e de bandas novas que continuam segurando a calda do cometa que passou sobre a Terra nos idos de 60 e 70 (e muitas delas são ótimas bandas). No entanto, é possível observar também uma forte presença de grupos antenados com expressões musicais muito recentes (como a eletrônica) e muito antigas (como as músicas folclóricas) e, construindo com esses elementos o mais importante: a busca pelo próprio caminho musical. 


01/03/12 - Galeria do Rock sobre Confraria no Psicodália 2012 Raízes 


Confraria da Costa, por exemplo, é uma banda que nasceu com o festival e toca há dez anos no evento. Com uma formação diferente da atual, o grupo atuava sob o nome de Gato Preto e fazia um som mais próximo ao do rock setentista. Porém, na virada do ano de 2010, em uma edição especial do Psicodália que teve os Mutantes como principal atração, veio o anúncio: “hoje estamos mudando o nome da banda para Confraria da Costa para acompanhar a mudança do nosso som. Estamos fazendo música pirata”. 


Misturando guitarra e bateria com violino, banjo, bandolim, baixo acústico, o grupo une rock à música folclórica com inusitadas letras sobre piratas. “Colocamos novos instrumentos para acompanhar o nosso som. Como é música antiga, tiramos um pouco a parte mais elétrica e colocamos mais instrumentos acústicos para fugir do arroz-feijão do rock’n’roll”, explica o vocalista Halfon. 


A originalidade conquistada pela banda curitibana faz com que seja hoje uma das atrações mais esperadas pelos expectadores, ou melhor, pelos marujos do festival, que, durante o show, pulam e rolam na grama gritando potentes “Hey Hey Hey”. Durante a apresentação, a banda tocou algumas canções de seu segundo disco, que deve ser lançado ainda neste ano. Uma delas passa longe do mar para falar sobre o deserto. Segundo prometem os músicos, o novo álbum segue o mesmo estilo pirata, mas deve ser mais pesado.